MOSCOU – Uma autoridade separatista no leste da Ucrânia pediu nesta terça-feira ao governo de Kiev que “retire” suas forças ou “tome medidas”, segundo a mídia estatal russa, um aviso ameaçador que pode sinalizar uma nova invasão da Ucrânia.
A Rússia reconheceu na segunda-feira a República Popular de Donetsk, proclamada unilateralmente, e a República Popular de Luhansk, duas regiões separatistas apoiadas por Moscou. Juntos, eles ocupam cerca de um terço dos estados ou regiões de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, mas reivindicam regiões inteiras.
As reivindicações territoriais incluem a principal cidade portuária de Mariupol, sob controle do governo, no Mar de Azov.
O texto do acordo da Rússia para reconhecer as regiões separatistas diz que o faz dentro de suas “fronteiras atuais”, no entanto, alguns oficiais separatistas e russos interpretaram imediatamente como incluindo território sob o controle do governo de Kiev. Prevê a imposição conjunta de fronteiras e bases militares russas na região.
Isso significa que os separatistas poderiam lançar uma ação militar contra a Ucrânia, com o apoio das forças russas, para tentar tomar as chamadas áreas, constituindo mais uma invasão russa.
Uma vez que a tinta secou no tratado de reconhecimento do Kremlin, um funcionário do parlamento separatista da LPR, Dmitry Khoroshilov, afirmou a reivindicação da região para toda a região de Luhansk e pediu à Ucrânia que retire suas forças “voluntariamente”, a agência de notícias estatal russa RIA Novosti relatado.
“Nosso território é toda a região de Luhansk. Apelamos à Ucrânia para retirar suas forças voluntariamente, caso contrário medidas serão tomadas”, disse ele à agência.
Os combates continuam no leste da Ucrânia desde 2014, matando quase 14.000 pessoas.
Mais cedo, Leonid Kalashnikov, chefe do Comitê Russo para os Assuntos da Comunidade de Estados Independentes na Câmara Baixa do Parlamento, ou Duma, disse que o tratado “não definia” os territórios reconhecidos, mas disse acreditar que cobria todo o Luhansk. região. Oblast de Donetsk, reivindicado pelos separatistas.
A ambiguidade reverberou de uma autoridade para outra, deixando algum espaço para a Rússia manobrar para interpretar o acordo à vontade.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que as “nuances” serão resolvidas posteriormente. Andrei Klimov, vice-chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse à televisão estatal que a Rússia reconheceu a “fronteira real”, acrescentando: “Lembraremos que parte do território das regiões de Donetsk e Luhansk está sob o controle de Kiev”.
Esperava-se que o parlamento russo ratificasse os tratados de reconhecimento na terça-feira.
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